
Trazer um novo membro para fazer parte de um conselho de administração pode ser desafiador. Afinal, o encaixe dessa contribuição vai além das competências técnicas: é preciso ser dotado de visão estratégica, estar aberto a conhecer a fundo do negócio, possuir conhecimento de práticas de governança corporativa e, ainda, poder contribuir de alguma forma única.
Por todas essas questões, encontrar a pessoa certa para integrar um board é um processo que consiste na definição de um perfil que supra as necessidades do core, do momento e dos objetivos futuros de um negócio.
Separei 3 pontos que costumam ser decisivos para o sucesso na escolha dos conselheiros.
1) Expertise do candidato x objetivo da empresa
Em minha experiência ajudando empresas a encontrar os conselheiros ideais, sempre começo com uma avaliação detalhada do cenário atual do conselho, da composição e do momento da organização: estamos diante de uma substituição ou é uma expansão do conselho? Qual é o core business e quais as principais dores e objetivos a curto e longo prazo? As respostas para essas perguntas podem definir a escolha, já que o conselheiro deve não apenas contribuir com sua expertise, mas também ajudar a guiar a empresa em direção ao futuro.
Por exemplo, se um conselho de uma empresa de inovação e tecnologia é composto apenas por profissionais com mais tempo de mercado e que são “migrantes digitais”, é importante que a corporação considere trazer um conselheiro mais jovem e com uma visão mais arrojada. Por outro lado, em uma empresa de cosméticos, incluir mulheres no conselho é fundamental para refletir os interesses de um público majoritariamente feminino.
2) Formação específica
É cada vez mais comum que as empresas optem por conselheiros que tenham uma formação específica para atuar em conselhos de administração. Dessa forma, os novos membros já chegam com uma bagagem teórica e prática dos desafios enfrentados e com uma visão mais embasada de práticas de governança e estratégias corporativas. Essas formações, como as oferecidas pelo IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e pela Fundação Dom Cabral, deixam os executivos mais preparados para efetivamente navegar nas complexidades de um conselho.
3) Diversidade
Quanto mais diverso, mais inovador será o conselho. É fundamental que os boards consigam ter uma visão mais abrangente do funcionamento e do papel da organização, além de gerar debates e uma oposição saudável de ideias. E isso só é possível com uma composição mais heterogênea e com pessoas de perfil complementar. Por isso, trazer executivos que tragam novas perspectivas pode contribuir com a inovação e expansão da visão sobre oportunidades, além da tomada de decisão mais precisa. Essa abordagem promove a inclusão e prepara a empresa para futuros desafios e oportunidades.
Escrito por Ruth Bandeira