Tenho um posicionamento favorável a políticas afirmativas que garantam um número de vagas profissionais a candidatos PcDs. Porém, o mercado de trabalho precisa entender que apenas cumprir o que a lei determina não inclui ninguém.

Esse é um tema bastante espinhoso. Quando colocado em debate, todos desejam mostrar que são inclusivos, mas a realidade dos números mostra que precisamos avançar muito nesse quesito. Colaboradores PcDs têm salário 14% inferior aos colegas, segundo dados levantados pela Diversitera. Além disso, 37% relatam falta de acessibilidade em seus locais de trabalho. Segundo o IBGE, 7 em cada 10 pessoas com deficiência estão fora do mercado de trabalho.
Da mesma forma que falamos sobre a cultura de governança para o desenvolvimento sustentável de um negócio, precisamos também levantar a bandeira da cultura da inclusão.
Quando tratamos sobre cultura inclusiva, estamos apontando a importância de preparar o ambiente da organização para absorver as diferenças, sejam elas quais forem. Devemos pautar a inclusão com o objetivo de fazer com que aquela pessoa se sinta fazendo parte daquele grupo de trabalhadores. E isso inclui a equiparação salarial, o desenvolvimento profissional daquele colaborador e a adequação dos espaços e processos.
Não há caminho fácil para alcançar esse ideal, principalmente levando em conta que este não é o único desafio existente no mercado de trabalho brasileiro quando o assunto é diversidade. Mas, sem dúvidas, essa é uma pauta que não pode ser secundarizada.
Escrito por Ruth Bandeira
Fontes: Diversitera e IBGE