16/11/2023

Desafios do Etarismo no Brasil: A Urgência de Transformações para Garantir Oportunidades Iguais no Mercado de Trabalho

Luiza Mansur

O Brasil está enfrentando um desafio significativo relacionado ao etarismo, à medida que a sua população envelhece a passos largos. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já em 2021, 26% da população do país era composta por pessoas com mais de 50 anos. E as projeções apontam para um cenário ainda mais envelhecido no futuro próximo, com estimativas indicando que, até 2040, aproximadamente 45% da população brasileira estará na faixa etária acima dos 45 anos.

Um aspecto crítico das dificuldades do etarismo no Brasil é a disparidade de oportunidades de emprego para pessoas mais velhas. Um estudo realizado em 2016 revelou que, atualmente, 28% das mulheres brasileiras entre 45 e 49 anos possuem emprego formal. No entanto, a situação se agrava à medida que as mulheres envelhecem. Após os 55 anos, esse número decresce significativamente e se mantém estagnado em torno de 20%. A situação se torna ainda mais precária para as mulheres com 60 anos ou mais, onde menos de 10% têm empregos formais.

Esse declínio acentuado nas oportunidades de emprego para mulheres mais velhas é um reflexo direto do preconceito etário que persiste em nossa sociedade. O etarismo, ou discriminação baseada na idade, é um problema sistêmico que impacta grupos minorizados de maneira ainda mais severa. Mulheres idosas enfrentam uma combinação de estereótipos de gênero e etários, o que as torna particularmente vulneráveis a uma redução nas oportunidades econômicas. Diante desse cenário, torna-se essencial promover uma profunda reflexão e implementar reformulações nas políticas, processos e culturas empresariais, visando efetivamente transformar essa realidade.

Escritora: Gabriela Dias

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